O fim dos cookies não veio dessa vez.
Na última semana, o Google anunciou que não vai mais eliminar os cookies de terceiros do Chrome, um plano que vem sendo adiado desde 2020 e que impactaria mais de 75% dos brasileiros que usam navegadores (em qualquer dispositivo). Agora, a big tech dará ao usuário o poder de escolha sobre os dados que irá compartilhar quando usar o Chrome, mas ainda não definiu como implementará essa nova solução de privacidade, já que a ferramenta alternativa (Privacy Sandbox) ainda está em desenvolvimento.
O que são cookies?
Cookies são pequenos pedaços de código que os sites enviam para o navegador de um visitante. Eles permanecem enquanto a pessoa visita outros sites.
Esses trechos de código rastreiam silenciosamente nossas atividades online, coletando informações sobre o que estamos pesquisando e os tipos de produtos que tendemos a comprar, por exemplo. Eles se tornaram uma maneira crucial para os anunciantes aprimorarem como direcionam os anúncios para as pessoas na internet e a base da publicidade comportamental online., com os cookies de terceiros. São esses que permitem que produtos ou marcas te acompanhem na internet.
Já se perguntou como, ao pesquisar um produto online, em e-commerce ou buscadores, aparecem anúncios sobre ele em outros lugares, como redes sociais, parecendo te perseguir? A resposta é: cookies de terceiros.
Aproximadamente 41% dos sites no mundo usam cookies para coletar dados sobre os usuários, de acordo com dados da W3Techs, uma empresa de pesquisa em tecnologia web.
E agora?
Na prática, a decisão não muda nada para os usuários. Eles ainda verão caixas de seleção no topo de uma página da web perguntando se desejam aceitar todos os cookies ou apenas os essenciais.
A curto prazo, essa decisão garante que empresas, veículos e anunciantes rastreiem o comportamento de usuários sem limitações, além de segmentar públicos com base em hábitos anteriores e analisar campanhas em tempo real.
Afinal, cookies formam uma parte essencial de como a internet funciona – o que, aliás, é um dos argumentos para manter os cookies ativos na web. Além disso, eles desempenham um papel crítico, mantendo o usuário conectado enquanto navega de uma página para outra, e também simplificam esse processo, permitindo que os anúncios sejam ajustados de acordo com os interesses dos usuários.
Os cookies também ajudam a manter a web gratuita — muitos editores introduziram acessos pagos (paywalls) e investiram em conteúdo patrocinado em resposta à prevista eliminação dos cookies. Sem os cookies de terceiros, os proprietários de sites estão tendo dificuldades para descobrir como monetizar suas audiências.
O fato é que a decisão de mantê-los comprova que, daqui pra frente, o caminho é encontrar o equilíbrio entre privacidade e estratégias de coletas de dados.
“Devemos continuar avançando com soluções de inteligência que respeitem a escolha de privacidade dos usuários. A resiliência de dados e uma relação entre marca e cliente com propósito é o que vai garantir resultados reais para o negócio.”
Giordi Pasqualon, Head de Digital Solution da Convert
O foco é o consumidor
Embora isso possa parecer alívio para alguns, não devemos confundir essa decisão com um retorno ao normal. A pressão por mais privacidade online não vai desaparecer. Mais da metade dos brasileiros que aceitam cookies preferem compartilhar o mínimo de informações possíveis, de acordo com uma pesquisa realizada pela Avast.
Isso mostra que, mais do que mergulhar no debate sobre manter ou eliminar os cookies, devemos nos dedicar a entender o consumidor. Com a evolução constante do digital e a Inteligência Artificial, as estratégias têm que se aprofundar em conhecer o comportamento das audiências e criar experiências relevantes e conexões genuínas com o público.
Combinada à criatividade, a inteligência de dados deve se dedicar cada vez mais à automação e ao aprendizado de máquina, garantindo personalização e escalabilidade. E não podemos deixar de investir nos dados primários, o que ajuda a reduzir o atrito na coleta de informações.
“Manter os cookies de terceiros não muda o fato de que insights eficientes dependem das perguntas corretas, e elas só são feitas quando olhamos para a jornada do consumidor e os gatilhos que despertam seu interesse ou necessidade.”
Matheus D’Elia, Líder de Business Intelligence da Convert
“O ponto central de qualquer estratégia de Programática continuará sendo o enriquecimento de dados e os sinais sobre comportamento e intenção dos usuários das plataformas.“
João Silva, Líder de Programática da Convert
No fim das contas, (ainda) é sobre testar, aprender e escalar
Estratégias que unam inteligência de dados e criatividade com foco no cliente, e tenham agilidade na hora de experimentar, vão continuar construindo relacionamentos genuínos entre marca e consumidor, com ou sem cookies.
O que precisamos é explorar novas maneiras de engajar e entender as audiências.
Não espere o Google mudar de novo sua decisão sobre cookies para cuidar dos seus dados e investir em cookies primários.
Agende uma consulta com a Convert e saiba como otimizar seus dados primários!
