Que o brasileiro é viciado em redes sociais não é nenhuma novidade.
Quando falamos da quantidade de tempo que passamos navegando e checando as novidades de amigos e celebridades que acompanhamos, estamos falando de 46 horas por mês por usuário (segundo estudo da Comscore), levando em conta que temos 131 milhões de usuários conectados no Brasil. Essa é a média simples. Se considerarmos a população heavy user das redes, estamos falando de muito mais tempo dedicado a essas plataformas.
Isso faz com que o Brasil seja o terceiro país no mundo, e o primeiro disparado na América Latina, onde mais se consome redes sociais.
“Somos viciados em redes sociais. O Brasil é o terceiro país que mais consome em escala global. O desafio está em ser de fato relevante como marca para cada usuário, fugindo do mais do mesmo e gerando valor agregado a audiência, seja em conteúdo, descontos ou vantagens.”
Alexandre Tufi, Diretor de Conexões e Estratégias
Esses já são números impressionantes, mas, ao olhar o crescimento desse mesmo tempo que o usuário navega, tivemos um salto no começo da pandemia – 16% de Jan20 vs Jan19 – e outro salto quando apontamos o fechamento de Dez22. Estamos falando de um crescimento de aproximadamente 10% em apenas dois anos.
Quantas vezes durante o dia você não abriu seu Instagram apenas para fazer um rollout e descobrir o que está acontecendo por aí?
Tendências de Social Media em 2023
O comportamento de rollout explica por que o Instagram é quem puxa a fila em tempo de uso: em média, são aproximadamente 15h mensais. A plataforma é seguida pelo Youtube, com 13h mensais, e Facebook, com 9h. É muito importante ressaltar a crescente das redes de vídeos curtos, TikTok e Kwai, com 9h e 7h mensais, respectivamente.
Ao entender a mudança de comportamento do usuário, as redes sociais passaram a se misturar, oferecendo diferentes formatos. Em sua grande maioria, a preferência é pelo movimento e vídeo, que ganham ainda mais retenção. Um exemplo disso é o próprio Instagram, que, aproveitando a tendência dos vídeos curtos, criou o formato reels.
Por um lado, temos muitas horas sendo investidas em redes sociais, mas é muito curioso olhar os dados e entender como a relação entre consumidor e marcas tem mudado ao longo do tempo.
Marcas versus Consumidor
Em 2022, as marcas foram responsáveis por 91% de todo o conteúdo gerado na internet. Porém, só trouxeram 41% do engajamento. A grande parte – 59% – se concentra somente em 9% do conteúdo, que são produzidos por influenciadores. Também é importante dizer que o número de compartilhamentos nos ambientes sociais* retraiu 20% em relação ao ano passado.
Esse delta do baixo engajamento vs quantidade de conteúdo produzido pelas marcas e a queda agressiva em compartilhamentos nos mostra que os consumidores estão cada vez menos leais às marcas e priorizando os valores e ações que elas realizam, usando desse critério para consumir, compartilhar e comprar produtos ou serviços.
Por isso, é urgente a necessidade de repensar como sua marca está inserida no contexto do digital.
O que sua marca pode fazer?
Não é somente sobre comprar mídia, é sobre pensar e criar para um ecossistema de conversa e relacionamento. Pensar em gerar conversas com a sua audiência muda radicalmente o conteúdo que você insere no ambiente.
Em um mundo cada vez mais conectado e com os consumidores mais maduros, cabe a nós, parceiros e especialistas, entendermos quais são os critérios e valores que a audiência tem buscado, assim como entender que não podemos mais nos apegar nos métodos tradicionais que aprendemos até então, ainda mais quando falamos da GenZ.
Insistir no formato antigo de conversa no Digital irá distanciar ainda mais sua audiência, seja nas buscas, nos conteúdos e nos formatos usados. É importante lembrar sempre que, cada vez mais, a audiência é quem decide o que se quer ver de fato.
Devemos seguir inovando, encantando e acima de tudo, nos mostrando relevantes ao usuário. Ao estar ao lado dele desde o começo da jornada, abraçamos e nos envolvemos na necessidade desse possível cliente.
*Considerando somente Facebook, Twitter e Instagram.
Fontes: Comscore – Tendências Social Media 2023 | GenZ Complexities – Sparks & Honey
