Você deve estar se perguntando: mais um artigo sobre IA? E nós respondemos: Sim!
Mas por quê? Que a Inteligência Artificial chegou para transformar nossa vida, isso não é novidade. Nossas relações pessoais e profissionais ainda passarão por muitas mudanças por causa da IA, como irá acontecer com a maneira como procuramos informações e consumimos, por exemplo.
O que sabemos com certeza é que temos muito a descobrir, mas já temos algumas pistas do que pode ocorrer nesse futuro próximo.
Vem entender quais são essas pistas e refletir sobre como podemos nos manter relevantes mesmo com tantas mudanças:
- Os impactos para os buscadores: O modelo comercial ainda não está pronto
- Oportunidades para as marcas: Como podemos aproveitar a geração de conteúdo
- A fronteira da experiência: As mudanças profundas de comportamento
- O que vem por aí
Os impactos para os buscadores: O modelo comercial ainda não está pronto
Apesar das mudanças trazidas pela IA nas ferramentas de busca, os resultados tradicionais ainda existirão. O modelo conversacional de busca ainda não está 100% integrado, tornando difícil mensurar seus impactos.
Se as respostas conversacionais se tornarem relevantes e corretas o suficiente, é possível que elas sejam priorizadas pelos usuários em detrimento das listas de links (resultados orgânicos e pagos) tradicionais. Essa mudança vai impactar, inclusive, o modelo de negócio dos buscadores, que dependem da receita dos links patrocinados.
Enquanto a integração entre Bing e Chat GPT ainda não se provou como fonte de receita para a Microsoft, o Bard, chatbot conversacional desenvolvido pelo Google, não foi integrado às buscas tradicionais – mas já está em fase de experimentação aqui no Brasil. Apesar de não sabermos como será essa experiência futuramente, os buscadores ainda vão precisar descobrir um modo de integrar seus resultados sem impactar o negócio.
Ao que diz respeito à conversão, os resultados conversacionais trarão novas formas de interação com as buscas por serviços e produtos, além de novas fontes e formatos que ainda não conseguimos delimitar a forma, mas sabemos virão naturalmente no meio de uma conversa com as IAs.
Os modelos de IAs são treinados como todo tipo de fonte de dado para gerar respostas. Além de ter resposta em texto, futuramente teremos também outros formatos: imagens, vídeos, áudios, informações estruturadas etc. Ou seja: o futuro do conteúdo é criar ainda mais.
Quanto mais formatos de conteúdo gerarmos, maiores as chances de estarmos presentes nos resultados conversacionais. O que vamos precisar entender é como oferecer conteúdo estruturado da melhor forma para ser lido pelo Bard ou pelo Chat GPT.
Provavelmente também haverá uma mudança nos KPIs, onde a receita dos buscadores deixará de ser CPC (Custo por Clique) para se tornar CPI (Custo por Interação). E por que não gerar uma conversão na própria conversa? Ou uma resposta gerada pela IA em cima de conteúdo em tempo real? São os novos desafios que ainda não conseguimos dimensionar.
A boa notícia é: nem tudo será IA, pois ela responderá apenas até onde usa tecnologia permitir. Os demais resultados continuarão sendo os tradicionais. A Inteligência Artificial é boa para responder resultados complexos, mas ainda falha com resultados simples, como, por exemplo, definir a roupa que você pode usar de acordo com a temperatura durante o dia.
A mudança será gradual. Minimizando impactos, principalmente financeiros, nos modelos e resultados de negócios.
Oportunidades para as marcas: Como podemos aproveitar a geração de conteúdo
Existem algumas maneiras que as marcas poderão usar a Inteligência Artificial em suas estratégias, com impacto direto sobre os resultados que esperam alcançar.
1. A geração automática de conteúdo
A Inteligência Artificial generativa nos mecanismos de busca pode transformar a produção de conteúdo e as estratégias de comunicação das marcas. Ela permite que máquinas gerem texto de forma realista, imitando a linguagem humana em vários contextos.
A escala de produção será muito grande, por isso, precisamos de uma curadoria adaptada pra evitar a criação de conteúdo de baixa qualidade. Tudo criado pela IA é baseado em algo que alguém já criou. Para quem não tem o repertório pode parecer inédito, mas, na verdade, o resultado é sempre uma mescla de tudo o que ela já aprendeu.
Com a geração automática de conteúdo teremos ainda mais conteúdo, e de maneira mais rápida. A IA generativa pode automatizar a criação de conteúdo em grande escala. Isso inclui a geração de artigos, descrições de produtos, anúncios, postagens em mídias sociais e muito mais.
2. A personalização em massa
A IA também pode ajudar na personalização em massa. É possível personalizar suas mensagens e conteúdos para diferentes segmentos de público de forma escalável com base nas informações disponíveis sobre os usuários, como: histórico de navegação, compras anteriores e preferências declaradas. A IA pode gerar conteúdo altamente relevante e personalizado para cada indivíduo.
3. Otimização de SEO
Como sabemos, os mecanismos de busca são essenciais para a descoberta de conteúdo online. As marcas podem criar conteúdo otimizado para SEO de forma mais eficiente, expandindo o universo de palavras ao nosso redor e nos permitindo entrar em novos territórios.
A IA pode sugerir palavras-chave relevantes, melhorar a estrutura do conteúdo e ajudar a criar títulos e meta descrições atraentes, aumentando assim a visibilidade nos mecanismos de busca, colaborando e potencializando o trabalho dos profissionais de SEO.
4. Chatbots e Atendimento ao cliente
A realidade da redução de custos e ganho de agilidade que a IA traz para o atendimento ao cliente já está entre nós.
Um exemplo prático é uma empresa indiana que trocou 90% dos funcionários do SAC por Inteligência Artificial e já teve ganhos significativos em eficiência. Os chatbots podem entender e responder às perguntas dos clientes de forma mais natural e interativa. Eles oferecem suporte instantâneo, informações sobre produtos, resolução de problemas comuns e podem até mesmo realizar transações básicas de forma mais natural, substituindo os atuais bots pelo algoritmo da árvore de decisão.
Se o modelo for bem treinado, fica mais difícil distinguir a conversa é com uma pessoa ou um chatbot. Essa solução gera economia e ganha agilidade e, ao mesmo tempo que reduz a alocação de atendentes em tarefas de resolução de problemas mais simples, liberando-os para resoluções mais complexas e personalizadas para clientes, proporciona oportunidades para pessoas que programam, organizam as informações e geram conteúdo para esse atendimento.
5. Análise e insights de dados
A IA generativa pode ajudar os profissionais de Business Intelligence a extrair insights valiosos dos dados coletados pelas marcas. Ela pode analisar grandes volumes de informações e identificar padrões, tendências e preferências do público. Sendo uma ótima ferramenta copilota dos BIs.
Com base nesses insights, as empresas podem ajustar suas estratégias de comunicação e criar conteúdo mais relevante e envolvente. Essas ferramentas só conseguem trabalhar com dados fornecidos a elas, podendo gerar informações sobre acontecimentos, dependendo da qualidade do conteúdo os porquês. Mas a melhor recomendação só pode ser feita por um humano.
Oportunidades e desafios: qualidade, ética, autenticidade e voz.
Embora a IA generativa ofereça muitas oportunidades, é importante ressaltar que ela também apresenta desafios, como a garantia de qualidade do conteúdo gerado, a ética no uso de tecnologias de IA e a manutenção da autenticidade e da voz da marca. Ainda não existe uma legislação que faça esse controle e não faltam discussões sobre direitos autorais.
A fronteira da experiência do usuário: As mudanças profundas de comportamento
A implementação da Inteligência Artificial não promete mudar apenas as estratégias das marcas, mas o próprio comportamento dos usuários.
1. Novos marcos na compreensão das informações
Teremos maneiras totalmente novas de fazer buscas, o que ajuda o Google a entender tarefas e questões complexas de formas até então impossíveis.
A combinação de voz, imagens e até vídeos nas pesquisas abrirá desafios e frentes novas de reconhecimento das dúvidas ou pesquisas por parte dos mecanismos. Além disso, haverá o desafio de entender como produzir conteúdo relevante para responder a esses novos métodos de buscas.
Será mais imprevisível ainda entender a intenção do usuário, dada a complexidade das perguntas e buscas.
2. Respostas melhores para tarefas complexas
Tarefas complexas exigem, em média, oito pesquisas para serem concluídas.
Em breve, você vai poder usar o Google Lens para apontar sua câmera para algo e perguntar “o que faço para resolver isso?”, e o Google será capaz de identificar para o que estamos apontando a câmera e conectar você a informações na internet que ajudam com isso, como um vídeo no Youtube, por exemplo.
Imagine que a IA poderá identificar que a bicicleta ao lado está sem corrente e direcionar vídeos sobre “como colocar corrente em bicicletas”. A pergunta que fica é: como eu produzo conteúdo que se conecta com esse problema? Será preciso estruturar o conteúdo e promover o máximo de informação possível para que a IA o considere como a melhor resposta.
O que vem por aí?
As pistas que as diferentes aplicações da Inteligência Artificial vêm deixando mostram que ainda tem muito a ser entendido sobre os impactos do seu uso, mas a corrida pela IA continua acontecendo em várias frentes.
Alguns exemplos de IA que estão sendo desenvolvidas são:
- AI Test Kitchen: Um lugar para melhorar a tecnologia de IA, juntos. As pessoas podem experimentar e dar feedback sobre algumas das mais recentes tecnologias de IA do Google. Tem o objetivo de apender, melhorar e inovar com responsabilidade em IA.
- Um dos projetos, ainda em Beta com lista de espera, é o Music LM. Uma ferramenta capaz de gerar música a partir de uma descrição “prompt”, onde indicamos o estilo, objetivo, referência, e outras informações para a composição generativa da IA. Apesar de ser gerada em baixa qualidade, pode ser utilizada por músicos como ponto de partida para que possa ser produzida em estúdio. Ao visitar o site, podemos conferir alguns desses prompts se tornando em música.
“O uso cuidadoso e estratégico das IAs tem o potencial de transformar positivamente a produção de conteúdo e as estratégias de comunicação das marcas.”
Giordi Pasqualon, Head de Digital Solution da Convert.
Ao longo das décadas, algumas profissões sumiram e formas de consumo foram mudando. Não é surpresa que a produção de conteúdo e as estratégias de comunicação das marcas vão sofrer impactos com as IAs.
O futuro depende de como utilizamos, olhamos e direcionamos essas ferramentas. Preparado para embarcar nessa jornada?
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